O meu
muso
Aquele jeito dele de desabotoar a camiseta apenas com
uma mão já me intrigou. E, confesso, o coração e o resto do corpo
corresponderam imediatamente àquele simples gesto. Foi aqui e foi pra mim.
Ainda o sinto.
Parece que meu quarto ainda sente o cheiro daquele homem.
Vem a mim, como que de rasteira, todas as lembranças. Vem o olhar, a forma de
andar, as pernas grossas, o corpo duro. Vem no modo com que fala comigo sem se
perder no meu olhar. Vem todo, vem inteiro.
E eu? Deitada como se no peito dele ainda estivesse.
Quando ele chegou eu era inteira, firme e segura. Mas, agora, eu o imploro. Imploro por mais um beijo, por mais um calor, um abraço com seu cheiro - cheiro de homem - e pela sua barba roçando meu corpo e causando um estranhamento que só gosto de viver de olhos fechados.
Fecho mais forte agora, só pra sentir ainda mais. Sentir quando ele me toca e
arrepia meu corpo e quer ficar em mim como tatuagem.
Quando ele entra em mim, me retoma os sentidos como se num segundo eu perdesse a cabeça só pra me encontrar depois. E quando retomo o fôlego, lá está ele. Dentro. E em cima de mim.
Aqui ainda estamos,
ofegantes, suados, enlouquecidos e mais conscientes do que nunca. Penso rápido:
quero tudo e mais um pouco. Quero cada detalhe para que amanhã possa lembrar.
E, quando for a hora de esquecer, fazer o meu corpo recordar.
Ao terminar, um abraço forte. O suficiente. Afinal, é o nosso abraço. A nossa energia
irradiada pelo corpo inteiro. E o que antes era tesão, agora se tornou
cumplicidade.
E eu? Eu pedi, com aquele olhar que só as mulheres pedem,
para que ele ficasse. Ele entendeu, ele sempre entende. E ficou. E
ficamos.
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