Oi! Sou eu! Prazer.
A vida se encarrega. Foi ela que me pegou pelos braços e me
trouxe até aqui.
Foi ela quem me viu por aí solitária, meio perdida e me
fisgou. Foi essa aí mesmo que me disse que eu era forte, que eu impunha já meu
jeito de andar as certezas dela mesma.
Numa manhã de um dia desses, ela virou para mim e disse:
vai!
E eu? Atônita. Vou pra onde?
Onde me acho? Onde me encaixo?
A resposta não veio. Mas eu fui. Corpo ereto, concentrada e
focada num ponto fixo logo à frente.
Ops.
Tropecei.
Merda.
Olhei pra baixo instintivamente checando meu corpo, se havia
machucado, se havia me ferido, se havia sangue. Calma, guria! Tá tudo certo!!
Ergui meus olhos e lá estava ele.
A morte, pensei.
Puta que pariu.
É só ficar tudo bem, tudo caminhando como tem que caminhar,
tudo dando certo que vem a porra de uma distração qualquer que te joga no chão.
Muito rápido levantei.
Ok, bora encarar a morte de frente.
Foi só eu tentar balbuciar alguma coisa que o vento forte me
fez perder os sentidos. Fiquei confusa, tanto que não sentia meus pés firmes.
Aquela força toda me faria volitar. Eu me abati na hora. Até tentei manter a
ordem das coisas, mas não enxergava realmente mais nada.
Passou. Coração já vai voltando, batendo conforme os padrões da normalidade.
Pausa.
Ele continuava lá. Na minha frente, parado.
Voltei a tentar falar. Nesse momento veio uma fraqueza nas
pernas, uma tontura, quase caio mesmo sem nada ter acontecido. Será que essa
coisa está influenciando o meu inconsciente?
Em pensamento, neguei.
E ele? Ele continuou lá, no mesmo lugar.
Continuei dizendo "nãos" intermináveis dentro de mim. A
negação àquilo tudo era como um eco.
Nada mudava.
Até que, enfim, a tormenta passou.
O sol apareceu! Ufa!
Abri um sorriso tímido.
Dessa vez eu esperei. Não me precipitei em saber o que
estava acontecendo. Só agradeci ao alívio que senti. É bom manter os pés
firmes.
E de uma forma muito calma e cordial, olhando fico nos meus
olhos, ele me diz: prazer, sou eu, a paixão.
Morri!
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