O silêncio que nos une
O silêncio que angustia, aprisiona e, ao mesmo tempo, sim,
me liberta. Essa falta de palavras é uma distancia chamada simbiose. Um modo um
tanto surpreendente do amor se manifestar. Prefiro não falar o que pode chocar,
melhor até nem expor o que por trás guarda uma grande certeza.
O seu silêncio me faz crer que nada foi terminado, que nem
tudo foi vivido e que ainda há muito para se comunicar.
As coisas mudam. E quando elas mudarem não será necessário
verbalizar nada. Falar pra quê?
Ainda guardo os melhores momentos em silencio. O teu olhar
perdido, o teu olhar focado e atento, a respiração ofegante e até mesmo a
calma. Ainda mantenho você aqui comigo. E não preciso falar nada.
Se eu me permito, eu me respeito. Se eu me garanto no ‘sim’,
mantenho o teu ‘não’ longe de mim. Se me guardo em silêncio, não me faltam
palavras. Se confio o teu silêncio não é na crença de que não queres falar.
Quando na hipérbole da vida a gente se reencontrar, será que
são só as palavras que vão faltar? A mim não quero que falte respeito, o tesão,
o continuar junto, a energia que converge em amor, o olho no olho nem a pele na
pele. A você não quero que falte vontade.
A você não permito que falte a coragem.
Mas deixo que continues mudo, afinal, nossas melhores
lembranças serão sempre as das sem palavras.
Arrasou amiga!! Lindo e profundo!!
ResponderExcluirAvante, Ju! Coisas assim devem sair da caixola!
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