Entre coordenadas e
liberdades
“Já estava quase indo embora”... sim, essas foram as
primeiras palavras – austeras – que pronunciei para o Felipe. Ele tinha
demorado muito – ok, dez minutinhos além do combinado – e eu já estava de saco
cheio de esperar. Ele deve ter me achado ou maluca ou cheia de atitude, já que
nos papos pela internet eu não tinha mostrado as garras.
Não me lembro do que ele disse, mas de qualquer forma,
contornou bem a situação.
Fomos andando sem muitas palavras e nos sentamos do
lado de fora de um bar que outrora foi refúgio meu e de outros pares.
Hora de ressignificar!
Conversamos sobre a vida, sobre o filho dele, sobre as
viagens, nas furadas que nos metemos em viagens, o que eu teria feito se fosse
ele e o que ele fez sendo ele mesmo. No final, acertamos os signos e
ascendentes e nos beijamos. Felipe só faltou ser condescendente com sua lua em
leão, o que de longe não é o meu forte.
Marcamos o segundo encontro. Eu não estava animada, muito
menos curiosa. O que me encorajava no início não fez nem cosquinha dessa vez.
Afinal, o inesperado, a expectativa e o desconhecido é o que me moviam na noite
em que nos conhecemos. Parece que tudo já perdera a graça.
Mas, dei a oportunidade.
Felipe passou às oito horas para me resgatar de um
aniversário de uma amiga. O clima estava bom e, por um momento, pensei em dar o
bolo no gatinho. Mas, tamanha era a vontade dele em me ver... que resolvi
respeitar o moço. Me aguardavam um beijo e um abraço daqueles difíceis de
desgarrar.
Gostoso.
E assustador.
Sufocante.
E ameaçador.
Deu medo do futuro e um filme passou pela minha cabeça. O
dominador leonino intimidaria toda e qualquer liberdade da mulher taurina.
Criei meiguice.
E criei dissimulações.
Vieram fraudes.
E choveram pretextos.
Ao fim, criaram-se feras.
E desenvolvi asas.
Lindo blog. Parabéns. Venha conhecer o meu espaço de poesias sensuais...
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