quarta-feira, 13 de julho de 2016

Um recorte em poesia de Caio Fernando Abreu


Tudo é Caio e Caio é quase tudo
Dualidade
Num universo espiritual e mágico
Alquimia constante de corpo e espírito
Why to be normal?

Queimo incenso e espalho sal grosso por todos os cantos
Mergulho em coisas sem nem saber o porquê

Amar não tem remédio
Meus gestos são mansos e compassados

Sou guru, sou mestre
Trilhei o caminho esotérico para que não enlouquecesse

Deus é isso: peças que se juntam inexplicavelmente
E eu, magnetizo tudo no inconsciente
Até porque isso também é Deus

E a escrita, intuitiva
Não peço solução nenhuma, afinal
Quero a literatura como raio de sol!
Custa muita loucura, eu sei
Mas escrever é simultâneo ao pensar

Eu só sinto na medida em que amo
E uno pelo amor

Tenho mais de Cazuza e Rita Lee que de Guimarães Rosa
Nada que é humano me apavora
A ficção? É a biografia  do emocional

Esperança é uma palavra  tão bonita
Eu acredito no happy end
Feliz é uma palavra ambígua
Eu gosto de estar  vivo e isso é sinônimo de ser feliz



*inspirado na peça ‘Como Era Bonito Lá’, em cartaz no Sesc Copacabana em monólogo encenado por Nara Keiserman e direção de Demetrio Nicolau



Nenhum comentário:

Postar um comentário